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27 de março de 2013

Ronaldo Fraga Lança Livro



O livro é diagramado em forma de colagens com ilustrações, desenhos e croquis do estilista, que retratam suas inspirações para as coleções 


Brainstormings coloridos, colagens e anotações. Assim é o livro Ronaldo Fraga: caderno de roupas, memórias e croquis. O estilista mineiro resolveu imprimir o conteúdo exposto na exposição homônima realizada no ano passado em Belo Horizonte sobre sua trajetória profissional. O resultado é um livro repleto de ilustrações de coleções passadas, que retratam ao leitor as inspirações que levaram Fraga a criar cada uma das peças entre 1996 e 2012.

Conhecido por explorar e se inspirar na cultura brasileira, Fraga mostra algumas referências já usadas, como o futebol, a cantora Nara Leão, as obras de Graciliano Ramos e o rio São Francisco. Rendas, crochês e fuxicos, sempre presentes nas roupas de Fraga, completam a homenagem do estilista à cultura brasileira.

Mesmo os que não têm a moda como um dos temas de principal interesse, o livro é instigante por retratar de maneira criativa as referências da cultura nacional às criações do estilista. O livro foi feito para se folhear e apreciar todas as ilustrações do começo ao fim. Apesar de poucos, os textos auxiliam o leitor a interpretar as imagens e alguns deles são assinados por admiradores do trabalho de Fraga, como Constanza Pascolato, Cristiane Mesquita e Regina Guerreiro. Apesar do preço elevado, a publicação vale pelo visual.

Serviço
Ronaldo Fraga: caderno de roupas, memórias e croquis
2013
272 páginas
R$ 120
Nas principais livrarias do País

25 de março de 2013

Joias São Criadas Especialmente para Exposição


Joias provocam o olhar do visitante


Para os amantes de adornos e acessórios, São Paulo abriga até o próximo dia 1º a exposição Joia de Quê?, realizada pelo InstitutoCarlos e Diva Pinho (Funcadi) com apoio da Faculdade Santa Marcelina (Fasm). A exposição reúne a produção artística de profissionais nas áreas de moda, joalheria e artes.

Organizada pelo professor de joalheria da Fasm, Michel Yves Seiler, a exposição apresenta peças criadas especialmente para o evento pelas mãos de artistas, como Audrey Girotto, Carmen Seiler, Juliana Ito, Malu Reigota, Marina Mancuso Mesquita, Patricia Pasco, Paula Boldrini, Tarcila Carvalho e o próprio organizador Seiler.

As joias foram inspiradas em sensações e emoções e o objetivo das peças é provocar o olhar do visitante.

Serviço
Jóia de Quê?
Funcadi
Rua Almirante Pereira Guimarães, 314, Pacaembu | São Paulo
Segunda a sexta-feira, das 10h às 19h
Até 1º de abril
Gratuito

22 de março de 2013

Estreia Documentário que Discute Falta de Censo Antropométrico


A falta de um levantamento antropométrico do brasileiro afeta diretamente o mercado da moda, pois não sabemos as medidas dos nossos corpos



Para se comprar roupas no Brasil é preciso experimentar, sempre. A não ser que você queira ter uma surpresa desagradável quando chegar em casa e perceber que a calça não passa da altura dos joelhos ou que a camisa parece ser dois números maiores, mesmo constando na etiqueta que a medida é igual a daquela outra camisa que veste super bem em você.

É sobre essa situação que trata o documentário Fora do Figurino – Medidas do jeitinho brasileiro, que estreia hoje nas salas do Espaço Itaú de Cinema de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Dirigido por Paulo Pélico com produção da Casa Jabuticaba, o documentário demorou quatro anos para ser rodado no Brasil e nos Estados Unidos e reúne depoimentos de pessoas com dificuldades para encontrar produtos nacionais adequados com sua numeração, inclusive as apresentadoras Ana Maria Braga e Adriane Galisteu, e a atriz Beatriz Segall.

O ponto de partida do Fora do Figurino é a questão do levantamento antropométrico, estudo científico realizado periodicamente nos países desenvolvidos para manter atualizado um banco de dados sobre as medidas corpóreas da sua população. No Brasil tal estudo jamais foi realizado, mesmo possuindo um grande mercado exportador de moda.

O País adota tabelas de medidas estrangeiras para produzir não apenas roupas como também, qualquer produto, como móveis, máquinas, louças sanitárias. A consequência, além do desconforto do uso, pode gerar problemas de saúde pública além de prejudicar diretamente a economia.

Assista o trailer do documentário:


Ficha Técnica:
Roteiro e direção: Paulo Pélico
Câmera e direção de fotografia: Fernanda Riscali
Direção de produção: Juliana Munhoz Grangieri, Maria Laura César
Direção musical: Tunica
Música original: Amanheceu, de Itamar Vidal
Edição: Luiz Fernando Castiglioni, Bruno Lasevicius
Edição de som: Mirian Biderman
Produção: Casa Jabuticaba
Distribuição: Raiz Filmes

Serviço
Espaço Itaú de Cinema Brasília
Shopping Casa Park
ST SGCV, s/n - Lote 22 - Guará | Brasília
Horários de exibição: 16h30 e 19h30

Espaço Itaú de Cinema Rio de Janeiro
Praia de Botafogo, 316 - Botafogo | Rio de Janeiro
Horário de exibição: 20h10

Espaço Itaú de Cinema São Paulo | Frei Caneca
Shopping Frei Caneca
Rua Frei Caneca, 569 - Consolação | São Paulo
Horários de exibição: 16h e 22h

21 de março de 2013

Fadistas Renovam Tradição Por Meio das Roupas



Trajes usados por fadistas contemporâneas e criadas por estilistas portugueses atuais


O fado, estilo musical tradicional português, tem como imagem a fadista envergando o xale preto e interpretando com expressividade as canções melodiosas. Mas cada vez mais as fadistas deixam de lado seus xales pesados e optam por vestidos mais leves e coloridos, rejuvenescendo mais suas imagens. E quem tiver a oportunidade de ir para Lisboa até 31 de março poderá ver essa mudança na exposição Com esta voz me visto - O Fado e a Moda, no Museu do Design e da Moda (Mude).

Esta exposição centra-se no universo musical e literário do fado, olhando-o pela perspectiva da moda e a importante contribuição desta última para a criação da imagem das novas fadistas. O objetivo é destacar a diversidade de estilos das diferentes fadistas e cantoras de fado e evidenciar as peças e os estilistas que criam as peças que permitem a renovação dessa tradição. 

Os estilistas que têm suas criações expostas são: Anna Maravilhas, Ilda Aleixo, Tiago Cardoso, Lidija Kolovrat, Carlos Gil, Tó Figueiras, José António Tenente, Nuno Baltazar, Filipe Faísca e Ricardo Preto.

A exposição tem a co-produção com o Museu do Fado e acontece simultaneamente nos dois museus. Um dos focos é exibir as peças usadas pelas fadistas atuais e mostrar a riqueza da diversidade entre elas, que são Ana Moura, Carminho, Raquel Tavares, Mariza, Mafalda Arnauth, Kátia Guerreiro e Mísia. A outra parte da exposição mostra a evolução histórica da roupa do fado e tem como referência a fadista Amália Rodrigues.

Serviço 
Com esta voz me visto - O Fado e a Moda
Mude
Rua Augusta, 24 | Lisboa, Portugal
Até 31 de março de 2013
De terça-feira a domingo, das 10h às 18h
Gratuito

20 de março de 2013

Fause Haten Transforma Desfile em Show de Marionetes



Supermodelos brasileiras viraram marionetes: Gisele Bündchen, Carol Trentini e Shirley Mallmann foram algumas das homenageadas pelo estilista


Fause Haten parece ter se rendido aos palcos do teatro. Depois de assinar o figurino dos musicais Alô, Dolly! e O Mágico de Oz, o estilista apresentou hoje sua coleção Primavera-Verão 2013/14 para o São Paulo Fashion Week (SPFW) no palco do Teatro Faap, em São Paulo, como um show de marionetes. Sim, Haten substituiu as modelos e a tradicional passarela por marionetes e um palco de teatro.


Os rostos dos bonecos eram de modelos e atrizes, uma homenagem do estilista para as mulheres que admira. As modelos brasileiras Gisele Bündchen, Shirley Mallmann e Carol Trentini foram algumas das modelos que viraram marionete no desfile de Haten, assim como Naomi Campbell e Juliane Moore. As marionetes eram manipuladas por especialistas que imitavam os movimentos das modelos ao desfilarem pelo palco do teatro com o fundo espelhado. Os bonecos vestiam as peças criadas por Haten e ao final do "desfile", as roupas em tamanho real apareceram suspensas no palco.

Uma vez que o desfile foi fechado para convidados e imprensa, o estilista disponibilizou em seu canal no YouTube o curta-metragem O Mundo Maravilhoso do Dr. F – Construindo Sonhos em que mostra os detalhes do processo criativo e da confecção das peças mostradas no desfile. Confira!

19 de março de 2013

Dior Invade a Harrods





Roupas clássicas, releituras da Lady Dior e vitrines temáticas são alguns itens expostos na loja de departamento


A Harrods foi tomada pela Dior. Todas as vitrines da rua Brompton estão enfeitadas com produtos da maison francesa tendo a cultura inglesa e pontos turísticos londrinos como referência. O público que for à loja de departamentos neste mês encontra, no quarto andar, uma cabine telefônica tipicamente inglesa nas cores da Dior que exala a fragrância do Miss Dior. Mais adiante, o visitante se depara com o café da Dior onde é possível degustar o chá inspirado no mesmo perfume, além de poder comprar cupcakes decorados com bolsinha Lady Dior e a ânfora do J'Adore. Por fim, há diversos vestidos Dior feitos em miniatura para o público admirar as criações do próprio Christian Dior feitas entre os anos de 1945 e 1946.

Quem tiver a oportunidade de ir à Harrods também poderá ver cinco novas criações da Lady Dior que passam a fazer parte da exposição itinerante Lady Dior As Seen By, que estava em cartaz em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake.

Bolsa Inspira Obras de Artistas

Esta exposição está sendo realizada em homenagem ao fundador da maison, uma vez que ele passou parte de sua infância no Reino Unido, além de apreciar a Harrods tendo feito desfiles na loja de departamentos que teve a princesa Margareth, irmã da rainha Elizabeth, na plateia. Londres também foi a primeira cidade fora de Paris que primeiro recebeu uma loja Dior. Assista aqui o vídeo sobre a relação entre o estilista Dior e Londres.

Serviço
Harrods
87-135 Brompton Road, Knightsbridge SW1X 7XL| Londres, Inglaterra
De segunda-feira a sábado, das 10h às 20h; domigo, das 11h30 às 18h
Até dia 31 de março
Gratuito

18 de março de 2013

SPFW e Prefeitura Levam Moda para os CEUs

Exposição A Gente Transforma, em cartaz no CEU Jaçanã a partir de amanhã


A partir desta terça-feira, dia 19, a Prefeitura de São Paulo, em parceria com a Luminosidade - empresa que organiza o SPFW e o Fashion Rio -, oferece uma programação especial para quatro unidades do Centro Educacional Unificado (CEU). o objetivo é que os alunos dos CEUs conheçam

A primeira atração será a abertura da exposição A Gente Transforma, que expõe fotos de Tatiana Cardeal com modelos usando peças criadas pela comunidade de Várzea Queimada, no Piauí, uma das beneficiadas pelo projeto A Gente Transforma, criado pelo designer Marcelo Rosenbaum. A exposição foi apresentada há duas edições no SPFW e viajou por algumas capitais brasileiras e agora pode ser vista pela comunidade do Jardim Guapira, no CEU Jaçanã.

Em seguida, no CEU Tiquatira, às 15h, tem a palestra O Processo Criativo e a Necessidade de Profissionais para o Mercado de Moda com Samuel Cirnansck e representantes da Etec e do Centro Paula Souza.

Na quarta-feira, às 10h, haverá um workshop de maquiagem com a maquiadora Suelen Johann, vencedora do reality show Desafio da Beleza, do canal GNT, no CEU Casa Blanca. 

No dia 21 o CEU Butantã recebe às 11h o desfile de moda de Ronaldo Fraga, que optou por mostrar sua coleção Verão 2013-2014 fora da Bienal de Artes de São Paulo, onde acontece até o dia 22 o SPFW. Após o desfile, às 12h30, o estilista mineiro participa da palestra O Universo Lúdico e Criativo de Ronaldo Fraga.

Por fim, na sexta-feira, dia 22, o CEU Casablanca recebe Graça Cabral e Marcia Matsuno, ambas da Luminosidade, e o Projeto Arrastão para um bate-papo sobre Economia Criativa na Moda.

Serviço
CEU Butantã
Avenida Engenheiro Heitor Antônio Heiras Garcia, 1870 - Jardim Esmeralda | São Paulo

CEU Casablanca
Rua João Damasceno, s/nº - Vila das Belezas | São Paulo

CEU Jaçanã
Rua Antônio Cezar neto, 105 - Jardim Guapira | São Paulo
Até 22 de março
Gratuito

CEU Tiquatira
Avenida Condessa Elizabeth Robiano Kampala, 270 - Penha | São Paulo

16 de março de 2013

Confira a Programação da 7ª Edição do Circuito de Moda e Arte

Fotografia, intervenções, filmes e muito debates compõem a programação do evento


Em véspera do São Paulo Fashion Week (SPFW), que acontece entre os dias 18 e 22 deste mês, a Galeria Central realiza a 7ª edição do Circuito Moda e Arte. Já que o acesso aos desfiles do SPFW são restritos à imprensa e convidados, essa é uma oportunidade gratuita para que o público possa ver e pensar moda a partir de diversos suportes e em vários pontos da cidade de São Paulo, como Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB – SP), Condomínio Conjunto Nacional, Biblioteca Alceu Amoroso Lima e Biblioteca Roberto Santos.

Idealizado por Danilo Blanco e Fernando Zelman, o Circuito de Moda e Arte tem uma extensa programação e por essa razão, o Moda com Arte vai destrinchá-lo para você não perder nada. Além deste “resumão”, o Moda com Arte publicará ao longo do evento críticas e mais detalhes sobre cada intervenção, filme e debate.

CCBB-SP
Com o apoio da SPFW e Editora Senac, o CCBB-SP recebe duas exposições e um ciclo de debates. A exposição Início, com trabalhos inéditos do artista e estilista João Pimenta, põe em questão as alterações que ocorrem na moda contemporânea. Já em Alfaiataria – Arte, Manufatura e Indústria conta-se a história do vestuário brasileiro com ênfase na alfaiataria.

Os debates colocam em discussão as relações e interações entre a moda e as instituições culturais, bem como as conexões entre a moda e a arte. E o primeiro debate, Cultura de Moda no Brasil, acontece hoje, às 16h, com participação de Maria Cláudia Bonadio, docente da Universidade Federal de Juiz de Fora e vice-presidente do Colóquio de Moda. Para participar, basta chegar com um hora de antecedência para retirar sua senha.

Amanhã tem outro debate, Arquiteturas Corporais – a imagem do corpo na arte, às 16h, com Cecira Armitano, curadora e crítica de arte. E no próximo dia 30, também às 16h, acontece o último debate, João Pimenta por João Pimenta, no qual o estilista a artista comenta sobre sua intervenção Início e faz uma visita guiada por ela.

Biblioteca de Cinema Roberto Santos
No dia 22 de março, às 20h30, haverá o debate Moda e Cinema, no qual Luciano Ramos, crítico de cinema, docente da Faap e apresentador da Rádio USP, e Fernando Zelman, curador e produtor cultural, discutirão a importância do figurino na construção da narrativa de um filme.

Além disso, até o próximo dia 24, filmes indicados por grandes nomes da cultura e da moda, serão exibidos gratuitamente na Biblioteca de Cinema Roberto Santos. A proposta é revelar por meio do olhar de cada “curador” a sinergia entre a sétima arte e o universo da moda.

Os filmes a serem exibidos são:
Dia 17 - às 16h, Aldeia da roupa branca (1939); às 18h, A Época da Inocência (1993)
Dia 22 – às 19h, Quadrophenia (1979)

Biblioteca de Poesia Alceu Amoroso Lima
O projeto Roupa de Domingo nasceu com a proposta de promover o encontro entre a as artes visuais e a moda, a partir da poética do tema Roupa de Domingo e apresenta obras em diversos suportes, técnicas, materiais e dimensões.

Para a 10ª edição, o curador Matheus Chiaratti e o Coletivo Companhia Rapadura conceberam obras a partir da fotografia. São 12 jovens fotógrafos, com idades entre 23 e 31 anos, que longe das regras da fotografia tradicional, apresentam uma união de gêneros fotográficos, como o documental, o conceitual, o cotidiano, o urbano e o íntimo.

E no dia 23, das 11h às 17h, acontece o workshop Singer Retrô Jeans, no qual a biblioteca se transformará em um ateliê de moda equipada com máquinas de costura Singer e aviamentos. O estilista, figurinista e produtor cultural Eurico Rocha orientará cada participante da oficina a customizar e reconstruir o seu jeans. Para participar basta levar uma de jeans.

No mesmo dia, a partir das 17h, acontece o debate Livros de Moda entre Maria Cláudia Bonadio e Denise Pollini, docente da Faap e diretora do departamento educativo do Museu de Arte Brasileira (MAB), o qual irá abordar publicações nacionais de relevância sobre história da moda, processo criativo e comportamento.

Condomínio Conjunto Nacional
A Editora Senac instala, a partir do dia 18, o Ponto de Leitura no vão livre do Conjunto Nacional. Lá, os visitantes poderão manusear livremente livros sobre cultura de moda publicados pela editora.

Rodas de conversa também fazem parte da programação do espaço, sendo uma sobre Economia Criativa na Moda, e outra sobre Direito e Avesso da Moda / Fashion Law, em parceria com a OAB-SP com participação de Dra. Valquíria Saboia, Dr. João Ibaixe Jr., Dr. Juca Novaes e Fernando Zelman. O encontro será no dia 26 de março, às 19h.

Serviço
Biblioteca de Cinema Roberto Santos
Rua Cisplatina, 505 - Ipiranga | São Paulo
Segunda a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, das 9h às 16h
Até 24 de março
Gratuito

Biblioteca de Poesia Alceu Amoroso Lima
Rua Henrique Schaumann, 777 – Jardim América | São Paulo
De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, das 9h às 16h
Até 6 de abril
Gratuito

CCBB-SP
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro | São Paulo
Terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Até 5 de abril
Gratuito

Condomínio Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2073 – Cerqueira César | São Paulo
Dias 18 e 19 de março, das 11h às 20h; debate dia 26 de março, às 19h
Gratuito

15 de março de 2013

Cresce a Parceria Entre Artistas e Estilistas

 Da esquerda para direita: Dudu Bertholini, Ricardo de Castro, Lilian Pacce, Pamela Golbin e Cynthia Rowley reuniram-se para debater a relação entre moda e arte


A relação  entre as vertentes da Cultura, como Artes Plásticas, Cinema e Dança, com a Moda e o trabalho colaborativo entre elas foi o tema discutido no painel A Arte Como Inspiração na Moda, que aconteceu durante durante o Move!, no Sesc Belenzinho, em São Paulo.

Arte e Moda Unidas no Sesc Belenzinho

Curadora há 20 anos do Musée de la Mode et du Textile no Louvre, Pamela Golbin é a responsável pela organização das exposições no Louvre das criações de importantes estilistas, como Balenciaga, Valentino e Louis Vuitton/Marc Jacobs. "Assim como a arte, moda hoje é comercial e isso não é problema. Mas diferente da arte, a moda é mais acessível", disse Pamela.

Essa parceria entre arte e moda não é atual. A curadora lembrou que desde os anos 30 existe essa parceria entre estilista e artista, como a que aconteceu com Salvador Dali e Elsa Schiaparelli com o icônico Vestido Lagosta. Mas diferente do que acontecia no passado, cujas parcerias tinham como foco a arte puramente, hoje essas colaborações visam lucros e exposição das marcas, respaldadas pelas corporações bilionárias. "Quando [Marc] Jacobs passa a convidar artistas para parcerias com a Louis Vuitton, essa inserção é orgânica, pois já existia no DNA da marca essa aproximação com a arte. Mas sabemos que a marca ganha publicidade e a arte ganha recursos para voar alto", explicou Pamela. 

"Os dois lados ganham status: a moda e a arte. Todos se beneficiam e se democratizam. É bem capaz que quem conhecia a Louis Vuitton não conhecia a Yayoi Kusama, mas com essa parceria passou a conhecê-la. Assim como quem a conhecia não imaginava que ela fosse pintar o mundo com bolas!", opinou Dudu Bertholini, estilista da Neon, que participa do Move! com a instalação The Big Picture em parceria com o artista Ricardo de Castro.

Louis Vuitton Recebe Peças de Yayoi Kusama

A estilista Cynthia Rowley - que também participa do evento com a instalação Splash em parceria com Olaf Breuning - lembrou que há um tempo essa parceria não existia. "Há 10 anos, as marcas ou as redes varejistas queriam contratar estilistas para alavancar suas empresas. E hoje elas querem contratar artistas para fazer isso. Talvez vire um status quo no mundo da arte tornar-se comercial", analisou Cynthia.

Serviço
Move!
Sesc Belenzinho - Rua Padre Adelino, 1000 | São Paulo
De terça a sexta-feira, das 11h às 21h30; sábado e domingo, das 11h às 20h
Até 19 de março de 2013
Gratuito

14 de março de 2013

Arte e Moda Unidas no Sesc Belenzinho



As instalações The Big Picture e Graficouture; Cecilia Dean, Lilian Pacce, David Colman, Ryan McNamara e Maurício Ianês debateram a sinergia entre artistas e estilistas


O encontro da Arte e da Moda é o tema do Moda com Arte e é o que esse blog procura explorar por acreditar que dessa parceria o resultado será sempre rico para a Cultura. E eis que surge, para nossa alegria, o Move!, um evento gratuito e interativo que acontece até o próximo dia 19 no Sesc Belenzinho, em São Paulo. 

Em sua segunda edição e com curadoria de Cecilia Dean, co-fundadora da revista Visionaire, e David Colman, jornalista de moda e arte, o Move! tem como proposta a parceria entre artistas e estilistas em cada instalação de arte e performance. E o principal: que em todas elas o público possa interagir. "Isso era um dos pontos fundamentais que eu e o David [Colman] exigíamos quando montamos a primeira edição no PS1, em Nova York. Tínhamos um espaço enorme, pouca verba e pouco tempo para realizar. Mas conseguimos transformar algo que tinha tudo para dar errado em algo positivo", contou Cecilia durante a palestra Sinergia Criativa: Artistas e Estilistas Criando Juntos, que faz parte da programação do Move!.

Enquanto em Nova York o Move! durou apenas um fim de semana e contou com a participação de 12 artistas e estilistas, em São Paulo são 17 colaboradores e 10 dias de evento. "As instalações aqui são bem mais divertidas que as de Nova York, além de termos muito mais adesão do público", afirmou Colman. 

Flashes, roupas e muita diversão
Aqui no Brasil são oito instalações artísticas, como a Graficouture, uma colaboração entre o estilista Pedro Lourenço e o coletivo de artistas Banzai Studio que grafitam metros e metros de tecido branco no pátio do Sesc Belenzinho, aos olhos do público. Depois, as pessoas confeccionam peças desenhadas por Lourenço utilizando como matéria-prima o tecido grafitado.

Já o estilista Dudu Bertholini e o artista Ricardo de Castro tomaram a praça central do Sesc Belenzinho com The Big Picture, onde o público veste túnicas coloridas e cola adesivos da mesma cor da túnica numa plataforma de madeira. O objetivo é mostrar a transformação do espaço a partir da interferência de cada pessoa, que deixa sua marca, mesmo que pequena, no espaço.

Um tanto quanto inusitada é Splash, colaboração entre a estilista Cynthia Rowley e o artista Olaf Breuning. Nela, o visitante veste peças criadas por Cynthia e toma um banho de tinta, tudo registrado por um fotógrafo. O resultado são roupas estampadas que retratam o processo criativo.

E que tal virar estampa de tecido? Em Pose, resultado da parceria entre os estilistas Diane von Furstenberg e Oskar Metsavaht junto com o artista Ryan McNamura, o público é convidado a vestir roupas previamente selecionadas pelos estilistas e a fazerem poses precisas, dirigidas por McNamura. As imagens são inseridas em uma trama de estampas que ao longo da mostra e da participação do público, aumenta mais e mais.

Mas se o seu sonho era seguir os passos de Gisele Bündchen, mas a natureza não colaborou, não deixe de participar de Looks. A instalação  e é resultado da parceria entre o estilista Marc Jacobs e Rob Pruitt e assim como Splash, foi trazida de Nova York. Nela, o público é convidado a percorrer por uma passarela verde e ao se dirigir para uma sala adjacente, pode se ver desfilando em um desfile de Marc Jacobs.

Agora se você deseja ter uma peça feita ao vivo por Alexandre Herchcovitch sem gastar um Real, participe de Ligatura. Enquanto o estilista desenha, corta e costura peças aos olhos do público, o artista Maurício Ianês fica em pé, vestindo as peças criadas por Herchcovitch e convida o público a trocar uma peça que esteja vestindo com uma peça que ele esteja vestindo. "O Herchcovitch ficou surpreso em ver que uma calça costurada por ele foi trocada por elásticos de cabelo!", disse Ianês.

Assim como Ligatura, a performance Kalos acontece com hora marcada, diferente das demais instalações que são constantes. Na piscina do Sesc Belenzinho, o artista Vik Muniz e o estilista Francisco Costa exibem a coreografia executada ao vivo por dançarinos na água. os movimentos são projetados num telão, formando um caleidoscópio de movimento, cor e forma.

Por fim, a intrigante instalação Pé de Jeans exige que o público ande pela cidade atento às árvores, à procura de pares de jeans. Loucura? Não. A Ellus e o artista Peter Coffin vestiram árvores de São Paulo com jeans feitos especialmente para elas. Foram selecionadas árvores cujos troncos parecessem pernas e tronco humano de ponta-cabeça. Para quem quiser ver de perto as árvores vestidas, a dica é caminhar nas proximidades do Sesc Belenzinho, Rua Oscar Freire e Avenida Sumaré.

Além dessas instalações, o Move! também teve a palestra A Arte Como Inspiração na Moda, que teve participação de Pamela Golbin, Cynthia Rowley, Dudu Bertholini e Ricardo de Castro, com mediação de Lilian Pacce. 

Serviço
Move!
Sesc Belenzinho - Rua Padre Adelino, 1000 | São Paulo
Terça a sexta-feira, das 11h às 21h30; sábado e domingo, das 11h às 20h
Até 19 de março
Gratuito

10 de março de 2013

Exposição de Fotografia Retrata Amizade entre Coco Chanel e Willy Rizzo



Fotos tiradas de Coco Chanel enquanto trabalhava em seu atelier e posada; acima, o fotógrafo, morto no mês passado


Aos viajantes que passarem por Paris, não percam a exposição Les Instants Chanel par Willy Rizzo, em cartaz até 30 de abril no estúdio do fotógrafo e designer italiano. A exposição foi inaugurada logo após a morte de Rizzo, aos 84 anos, no mês passado. Nela é possível ver 40 fotos tiradas por Rizzo entre as décadas de 1950 e 1960 na maison Chanel.

Com curadoria do brasileiro Danniel Rangel - o mesmo que fez a curadoria da exposição fotográfica de Rizzo no ano passado no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) -, a exposição também exibe os móveis criados pelo fotógrafo reunidos em uma espécie de sala de estar.

Rizzo trabalhou na Marie Claire, Vogue, Paris Match, Life Magazine e France Dimanche, além de ter fotografado diversas celebridades, tais como Marilyn Monroe, Winston Churchill, Salvador Dalí, Brigitte Bardot, Picasso, Gene Kelly, Pierre Cardin, Yves Saint Laurent e Christian Dior.

Serviço
Les Instants Chanel par Willy Rizzo
Studio Willy Rizzo - 12 rue de Verneuil, 75007 | Paris, França
Até 30 de abril de 2013
Gratuito

9 de março de 2013

Estilista Explica Significados dos Quimonos



 Quimonos de noiva, noivo e para cerimônia religiosa de casamento


Na última quinta-feira, dia 7, a Fundação Japão realizou no Masp o evento Kimono Design: Releitura e Criação de Sueko Oshimotono qual a estilista e figurinista japonesa Sueko Oshimoto exibiu para o público alguns quimonos por ela criados e explicou os significados dos detalhes dessa vestimenta que faz parte dos elementos que compõem a cultura japonesa.

Após o desfile de quimonos para diferentes ocasiões, Sueko mostrou como vestir um quimono feminino para uma mulher solteira. Sim, porque há diferenças entre quimonos para solteiras e casadas. As mangas do quimono usado pelas solteiras, por exemplo, são longas, enquanto as mangas do quimono usado por uma mulher casada é curto. Já a manga média é usada por formandas.

Os quimonos lisos, sem estampas, costumam levar o brasão da família em até cinco lugares: um em cada manda e três nas costas, na linha dos ombros. Assim como na cultura ocidental, o quimono todo preto significa luto. Nesse traje fúnebre, apenas as meias são brancas e o cabelo é penteado de forma pouco chamativa e a maquiagem é discreta. 

Aliás, um ponto que Sueko chamou a atenção foi na maneira como se fecha o quimono. O correto é que o lado esquerdo sempre fique para frente, pois do contrário só é usado para vestir pessoas mortas. "Eu moro em Hollywood e sempre alugam roupas no meu atelier para gravação de filmes. E passei a reparar que na hora de vestir, deixavam o lado direito na frente! Então passei a avisar que o correto é deixar o lado esquerdo, a não ser que o quimono seja usado por uma pessoa morta", explicou Sueko na palestra.

Considerado uma herança de família, um quimono pode ser usado por muitas gerações. Com 12 metros de comprimento e 36 centímetros de largura, o quimono é uma peça versátil facilmente adaptado a diferentes biotipos. "Com um quimono e dois obis [aquela faixa na cintura] você tem muitas possibilidades para se vestir", disse Sueko.




As releituras de Sueko para os tradicionais quimonos coloridos e formais


O quimono estampado, mas que possui o fundo preto é considerado um traje formal, usado por mulheres casadas. Diferente do ocidente em que usar preto no altar de um casamento não é de bom tom, esse traje é comumente usado pelas mães dos noivos e/ou pelas madrinhas. Mas o quimono com fundo branco, dourado ou prateado é tão formal quanto o quimono preto. A diferença é que ele recebe cinco brasões da família e também pode ser usado em casamentos ou outras cerimônias formais.

Uma outra informação que se pode obter de um quimono é a faixa etária da mulher que o veste. Quanto mais próximos da cintura estiverem os desenhos do quimono, mais jovem é a mulher. E conforme a mulher for envelhecendo, os desenhos ficam mais próximos da barra do quimono e longe da cintura. 

Traje masculino
Os homens também vestem quimonos, mas no caso deles, não há distinção entre as vestimentas usadas por um solteiro e um casado, como ocorre com as mulheres. No traje masculino, quando há presença dos cinco brasões da família significa que o quimono é formal. A calça-saia é uma característica do quimono masculino que surgiu na época dos feudos, pois era mais confortável para os homens cavalgarem.

E também é comum tanto os homens quanto as mulheres, em ocasiões formais, usarem leque fechado na mão direita, pois é uma forma de demonstrar respeito ao anfitrião da festa. Nesse caso, o leque nunca deve ser aberto. 

Noivas
O leque também representa boa sorte e abre os caminhos de quem o usa. Por isso, é um acessório que faz parte do traje das noivas. Elas o usam fechado sob o obi.

Outro ponto divergente entre ocidente e oriente na tradição do se vestir é em relação às cores usadas pelas noivas. Além do branco, é comum as japonesas usarem quimono vermelho. Mas durante a cerimônia religiosa a noiva veste um manto branco por cima do quimono e ao chegar na festa, o substitui por um manto colorido.

Gueixas
Nós, ocidentais, costumamos associar o uso do quimono às gueixas e aos samurais. Apesar de Sueko não ter mencionado os antigos guerreiros japoneses durante sua palestra, ela comentou sobre as peculiaridades do traje das gueixas.

Diferente de todos os demais quimonos, aqueles destinados às gueixas têm que ter as barras arrastando no chão. Já o obi da aprendiz de gueixa - geralmente meninas com menos de 20 anos de idade -, tem uma espécie de calda nas costas que vai até o chão e possui o brasão da agência que pertence bordado na ponta. Já o obi da gueixa é mais curto nas costas e não possui esse brasão bordado.

Só por curiosidade, a aprendiz de gueixa usa batom apenas no lábio inferior da boca, além de um penduricalho na cabeça. As gueixas, por usa vez, usam batom nos dois lábios da boca e usam apenas enfeites nos cabelos.

8 de março de 2013

Biojoias Transformam Vidas de Jovens Artesãos



Casca de coco e piaçava são alguns dos materiais naturais usados para a confecção das peças


No Dia Internacional da Mulher, dentre tantas dezenas de mulheres que lutam diariamente para sustentarem sozinhas suas famílias, estudam, trabalham dentro e fora de casa, brigam por igualdade salarial, fazem valer seus direitos, zelam pela qualidade de vida alheia e ainda conseguem manter a ternura, a vaidade e o sorriso no rosto em meio a uma realidade tão dura e machista, escolhi Geisa Jesus dos Santos para representar a mulher Moda com Arte.

Com 31 anos de idade, solteira e estudante de Turismo, essa bahiana descobriu a arte de criar acessórios de moda por meio da vegetação local do Baixo Sul da Bahia. A partir da casca do coco, da fibra da piaçava, da madeira da pupunha, de sementes locais e até do chifre bovino, Geisa ensina jovens das comunidades da região a criar colares, anéis, pulseiras e brincos a partir desses materiais.

Geisa descobriu essa arte, chamada de biojoia, por meio da Cooperativa das Produtoras e Produtores Rurais da Área de Proteção Ambiental do Pratigi (Cooprap) e do Instituto de Artesanato Visconde de Mauá. A ex-vendedora de motos foi uma das beneficiadas dentre outros moradores do Baixo Sul por esse projeto de capacitação da Cooprap. A cooperativa faz parte de um projeto social chamado Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS) que visa contribuir para a construção de uma classe média rural  a partir do desenvolvimento sustentável e aproveitando o patrimônio ambiental da região. Dessa forma, os jovens são incentivados a permanecerem em suas comunidades e têm a oportunidades de desenvolverem seus talentos. No caso, as peças artesanais, como bolsas, cestas, luminárias, mandalas e claro, as biojoias.

Os produtos são comercializados por Tok&Stok, Walmart, GBarbosa e Ebal. E até o fim do ano as biojoias poderão ser adquiridas em todo o País através da loja virtual do projeto. Toda a renda gerada com a venda dos produtos e das biojoias é revertida para as comunidades quilombolas  e ribeirinhas que, diariamente, reescrevem sua história. 

Qual a importância da biojoia na sua vida?
Através das biojoias conheci outras pessoas, outros lugares. Viajei e aprendi muito. Hoje pago a minha faculdade de Turismo graças à biojoia. E quando me formar pretendo conciliar o aprendizado que adquiri na faculdade com a produção das biojoias. Quero continuar a trabalhar com as comunidades e associar esse artesanato com o turismo da região.

Como você começou a fabricar as biojoias?
Comecei através do projeto de capacitação da Cooprap e do Instituto Visconde de Mauá. Já comecei com as biojoias e não larguei mais. Hoje coordeno o projeto de capacitação de jovens de comunidades,  quilombolas em sua maioria porque existem muitas nessa região. O projeto tem o apoio do Oi Futuro e por um ano, vou poder acompanhar os jovens dessas comunidades.

Quantas comunidades são?
São três comunidades, sendo duas quilombolas: a Lagoa Santa e Jatimane. E uma ribeirinha, da região do São Francisco.

Hoje, quantas pessoas confeccionam as biojoias?
São três artesãs-instrutoras e 18 alunos, jovens dessas comunidades que falei.

Geisa (à esquerda) ensina uma das jovens do programa a confeccionar as biojoias


E quando você começou no projeto?
Comecei a capacitação, que é um treinamento, em 2010 e no ano seguinte lançamos a primeira linha de biojoias.

Antes do projeto com o que você trabalhava?
Trabalhava em uma concessionária de motos. Mas já fiz velas artesanais, fuxico, colares de miçangas e outras ornamentações...

Então você já tinha trabalhado com acessórios?
Sim! Sempre gostei e quando comecei a fazer biojoias, não larguei mais. Nunca consegui desistir desse sonho. Sou persistente.

A casca do coco e a fibra da piaçava são os principais materiais que vocês usam na confecção das biojoias. Vocês também utilizam outros materiais?
Sim. Além do coco e da piaçava, usamos as sementes da região, madeira da pupunha que também tem bastante por aqui e osso e chifre bovino. No começo trabalhamos com a combinação casca de coco e prata. Mas paramos porque a nossa demanda é muito grande e a prata exige mais tempo de confecção. E como fazer peças com os outros materiais é mais rápido, optamos por parar de mexer com a prata.

Mas o uso desses materiais não degrada a natureza, uma vez que vocês têm que extrair essas matérias-primas?
Não degrada a natureza porque usamos materiais que já foram descartados pela própria natureza. Pegamos as sementes do chão, os cocos que caíram das árvores, os restos das fibras de piaçava que sobram da fabricação das vassouras pela Indústria Cidadã [outro projeto da Cooprap]... Na verdade, reaproveitamos esses materiais.

Onde você busca inspiração para criar as peças?
Busco inspiração na identidade da região. Como temos ascendência africana devido aos quilombos, procuro me inspirar nessa cultura.

E como é o processo de criação? Você desenha a peça antes de confeccionar ou a partir do material a ideia surge?
Não, eu tenho que desenhar no papel para saber qual material vou usar, até para dar harmonia à peça.

As biojoias são exclusivas?
Tem peças exclusivas e tem peças que produzimos em larga escala. Geralmente, quando a peça é mais detalhada ela é exclusiva.

Quanto tempo demora para confeccionar uma peça?
Eu faço um anel, por exemplo, em meia hora. O colar é mais trabalhoso e demora, às vezes, mais de um dia.  Mas isso depende da peça, se tem muitos detalhes ou não.

Como as pessoas fazem para comprar as biojoias?
Pelo departamento comercial da Cooprap ou nas lojas que revendem nossos produtos. As biojoias são vendidas na Casa da Vila - na Vila Madalena - e no aeroporto de Congonhas, em São Paulo; no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro; e no Instituto Visconde de Mauá, em Salvador. Participamos também de muitos eventos e feiras com o Sebrae e de feiras internacionais com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). E agora estamos montando o nosso site onde será possível comprar as nossas peças. Vamos vender para todo o Brasil.

Na sua opinião, o que nas biojoias chamam mais a atenção?
É o design das peças e a história dos produtos, das matérias-primas. Por isso, procuro ter um design diferente nas minhas peças.

E qual a peça preferida dos consumidores?
Os anéis de coco.

Qual a média de preço desses anéis?
Assim como os brincos, eles custam, em média, R$ 16. E os colares R$ 35, em média. Prezamos pelo comércio justo. E o dinheiro arrecadado com a venda dessas biojoias vai para os jovens participantes do projeto.

Serviço
Cooprap Pratigi
https://www.facebook.com/cooprap.pratigi

6 de março de 2013

Bolsa Inspira Obras de Artistas



Fotografias que podem ser vistas em exposição no Instituto Tomie Ohtake


Retangular, com alças em semi-círculo rígidas, couro ou peles exóticas pespontado de cannage, com argolas e letras formando a palavra Dior. Assim se consagra um dos ícones da maison fundada por Christian Dior que desde 2010 viaja o mundo com a exposição itinerante Lady Dior As Seen By


Aberta gratuitamente ao público até o próximo dia 10, a exposição localizada no Instituto Tomie Ohtake reúne trabalhos de diversos artistas de todo o mundo convidados pelo maison a criarem esculturas e fotografias a partir da bolsa desenvolvida para Lady Diana. 

Em uma visita à Paris, em 1995, a então primeira-dama Bernadette Chirac presenteou a Princesa de Gales com o acessório. Ao longo do tempo, muitas celebridades e atrizes também adotaram a bolsa como peça-chave em seu guarda-roupa e Lady Dior ganhou três tamanhos e muitas versões de cores, bordados e tecidos. 

Na exposição, além dos artistas que já expuseram nas edições anteriores em Tóquio, Pequim e Milão, também foram convidados os artistas brasileiros Laerte Ramos, Brigida Baltar e Tunga. 

A exposição é composta por fotografias não muito interessantes, como a esteriotipada Carnaval de Cores (2013), de Lope Navo. Uma das exceções é Nothing Like the Real Thing, de Roxanne Lowt. Mesmo assim, as esculturas são bem mais interessantes, como Lady Light (2011), de Marie Christophe, uma construção bem detalhada da bolsa feita em arame. Ou então Pix Cell-Bag (2011), de Kokei Naua, na qual a bolsa fica repleta de bolhas de vidro; ou a escultura em metal Empire of Separation (2011), de Peter Macapia, que simula a desintegração de Lady Dior.

Bolsa virtual
O melhor, porém, encontra-se na sala escura, ao final da sala. Ao adentrar no ambiente uma vitrine com exemplares da Lady Dior se acenderá, despertando o sentimento do consumismo até nos visitantes mais controlados. Para saciar um pouco a cobiça, o display interativo permite que o visitante brinque de criar sua  própria bolsa e até tira uma foto do visitante segurando sua bolsa virtual, como recordação.

Nessa mesma sala, cinco sofás imitando bolsas gigantes, cada um de uma cor, exibem curtas-metragens protagonizados pela atriz francesa Marion Cotillard - garota-propaganda da Dior. Basta sentar-se confortavelmente, colocar os fones e voilà! Deixar-se levar por histórias bem dirigidas e com boas direções de fotografia. 

Caso não consiga ir à exposição, veja aqui alguns dos curtas-metragens:




Por fim, um balcão com tela sensível ao toque explica passo-a-passo como é feita a fabricação manual da Lady Dior. O mesmo artesão fabrica a peça do começo ao fim e cada exemplar possui um código com o qual é possível saber qual dos artesões o fabricou. Em média, todo o processo de fabricação de uma única bolsa demora dois dias para ficar pronto. 

Esse é um dos motivos pelo alto valor agregado à bolsa, que em média custa a partir de R$ 4 mil, porque dependendo do tamanho e do material esse valor pode triplicar. Soma-se a isso a exposição da imagem de celebridades e teremos um produto quase exclusivo. E agora, com o valor gerado pela arte, é capaz que os zeros à direita da etiqueta se multipliquem. E a cobiça das mortais aumentem.


Serviço
Lady Dior As Seen By
Instituto Tomie Ohtake
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 201 - entrada pela Rua Coropés, Pinheiros | São Paulo
De terça a domingo, das 11h às 20h
Até 10 de março
Gratuito

5 de março de 2013

Quimono é Destaque em Evento do Masp



Modelos vestem quimonos e um editorial da Vogue Japão destaca essa vestimenta centenária japonesa, na qual a estilista Sueko Oshimoto (acima) é especialista em criar


A arte de vestir o quimono, traje típico da cultura japonesa, é destaque do Kimono Design: Releitura e Criação de Sueko Oshimoto, evento realizado pela Fundação Japão no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na próxima quinta-feira. A figurinista e estilista japonesa Sueko Oshimoto, especializada em criar quimonos, fará uma palestra - tradução simultânea para a plateia - sobre as inovações no design e a inserção do quimono na moda. Além da palestra, Kimono Design também terá uma demonstração do ritual de vestir o quimono, assim como um desfile com criações de Sueko. 

No Ocidente, o quimono é conhecido como o traje das gueixas e dos samurais, mas com a nova geração de estilistas japoneses, essa tradicional vestimenta - considerada como uma arte usável -, torna-se uma opção de roupa, uma vez que é confortável.

Enquanto as roupas ocidentais procuram destacar o corpo, o quimono ressalta os destalhes, como corte, tecido, cores e padronagens. A estação do ano, o tipo de evento e a idade de quem o veste também influenciam no modelo do quimono. A variação da amarração do obi - aquela faixa que vai na cintura -, os acessórios do cabelo e o zori - a sandália de madeira com salto -, permitem ilimitadas possibilidades de criação no conjunto que compõem o quimono.

O evento é gratuito e para participar, basta retirar a senha a partir das 18h na bilheteria do Masp. Kimono Design tem apoio do Consulado Geral do Japão em São Paulo, Top Look e Soho Jabaquara.

Serviço
Kimono Design: Releitura e Criação de Sueko Oshimoto
Masp - Avenida Paulista, 1578 | São Paulo
Somente quinta-feira, dia 7, às 19h
Gratuito

4 de março de 2013

Prefeitura de Paris Exibe Alta Costura Francesa



Charles Worth, Balenciaga e Jean Patou: alguns exemplares para serem admirados na exposição


Moda na França é coisa séria. Tão séria ao ponto da prefeitura de Paris abrigar em seu prédio a exposição que conta a história da alta costura francesa. Com patrocínio da Swarovski, Paris Haute Couture exibe belíssimas criações antigas de estilistas franceses e radicados na França. As 150 peças foram selecionadas pelos curadores Olivier Saillard e Anne Zazzo do acervo do Museu Galliera e podem ser vistas gratuitamente pelo público até julho. 

Enquanto a imprensa especializada está com a atenção voltada para as novidades apresentadas nos últimos dias nas passarelas da Semana de Moda de Paris, a Cidade Luz lembra seus antigos estilistas e consegue reunir em um mesmo ambiente roupas criadas por Christian Dior, Jean Patou, Balenciaga, Charles Worth, Jeanne Lanvin, Christian Lacroix, Yves Saint Laurent, Paul Poiret, Rochas, Vionnet, Schiaparelli, Nina Ricci, Balmain, Courrèges, Givenchy, Pierre Cardin, Alaïa, Jean Paul Gaultier, Doucet, Coco Chanel, Molyneux, Maggy Rouff, Jacques Reim, Jacques Fath, Grés e Carven.

A exposição pretende contar a história da alta costura parisiense a partir do século XIX, com os vestidos do inglês Charles Worth, radicado na França, até os vestidos bandage de Azzedine Alaïa. Todas as peças ficam expostas dentro de vitrines lacradas em que é possível ver todos os detalhes das roupas devido à possibilidade de andar em volta do manequim. 

E se quiser levar para a casa a lembrança dessa exposição, que contempla uma importante parte da cultura francesa, há o livro homônimo publicado pela Skira/Flammarion, com 288 páginas ao preço de 39,90 euros.

Veja a entrevista do curador Olivier Saillard e a montagem de Paris Haute Couture:


Serviço
Paris Haute Couture
Prefeitura de Paris - Sala Saint-Jean 
5, rue de Lobau - 4º arrondissement | Paris, França
De segunda-feira a sábado, das 10h às 19h
Até 6 de julho de 2013
Gratuito