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5 de abril de 2013

Um Passeio pela Moda: da Peste Negra à Alfaiataria Brasileira



Ternos de Ricardo Almeida representam a alfaiataria brasileira, enquanto os "prague doctors" de João Pimenta intimidam os visitantes


Hoje é o último dia para conferir as exposições Início e Alfaiataria - Arte, Manufatura e Indústria, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo. Ao entrar no belo prédio da Rua XV de Novembro, o visitante é surpreendido com um funeral da Idade Média em pleno hall de entrada. Um caixão feito com madeiras de demolição e laterais de vidro abrigam o morto travestido com roupas da época que, para João Pimenta, estilista e artista autor da obra, representa a "morte dos valores sociais, éticas de produção artística e industriais" . 

Velando o morto estão dispostos quatro prague doctors, que eram médicos que atuavam durante a Peste Negra, durante a Idade Média. Eles se vestiam com roupas longas com capuz, luvas e máscaras que lembram o rosto de pássaros devido ao "bico", por onde entrava o ar supostamente limpo. Esses trajes, segundo acreditavam os prague doctors serviam para evitar que os mesmos fossem contaminados pela Peste Negra. 

João Pimenta colocou diversos adereços em seus prague doctors, principalmente nas costas, mas devido ao incômodo que provavelmente o visitante sentirá em ficar lado-a-lado com os manequins com máscaras de pássaros da morte, é pouco provável que esses detalhes sejam percebidos. 

Após o impacto de Início, o visitante que for ao primeiro andar encontrará a minúscula exposição Alfaiataria - Arte, Manufatura e Indústria. Com apenas três ternos feitos por Ricardo Almeida, a exposição conta a história da alfaiataria no Brasil. Mas se o visitante não tiver tempo e paciência para ler a linha do tempo montada na parede sobre a trajetória da profissão do alfaiate, em nada conseguirá absorver sobre o tema, uma vez que é impossível contar uma história de séculos usando-se apenas três ternos feitos na última década. Por mais que eles sejam lindos, os ternos apresentados não demonstram em nada a evolução do alfaiate. Apenas destacam o trabalho impecável de Ricardo Almeida. Seria bem mais interessante se houvessem bem mais manequins com os trajes de cada ano abordado na linha do tempo. 

Serviço
Início e Alfaiataria - Arte, Manufatura e Indústria
CCBB
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro | São Paulo
Das 9h às 21h
Até hoje
Gratuito

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